O velho pajé é o homem mais sábio
da tribo. Responsável por passar os mais profundos ensinamentos da vida a
todos, desde o pequeno curumim até o grande guerreiro. Este mesmo velho pajé sempre
ensinou sua tribo que não se deve desrespeitar a natureza. Que plantas e
árvores, animais e rios, são seres tão especiais quanto os seres humanos, e que
todos estes, para viverem puramente, devem viver em harmonia.
Os humanos-brancos, quando chegaram
aqui, se tornaram responsáveis por passar seus ensinamentos para todos. Havia
aqueles que queriam ouvir, e aqueles que não. Estes mesmos humanos-brancos
começaram a ensinar que seres diferentes deles não deveriam ser
considerados. Que amarelos, negros, e marrons, eram diferentes demais para conviver em harmonia.
O que é normal, pois comumente seres humanos se privam de seu maior dom: Pensar.
Todos sem exceção são
seres únicos, possuem vontades, pensamentos, características, habilidades e
essências diferentes; E que mesmo diferentes, também são iguais aos demais.
Todos são, pensam,
agem e sentem. O humano-branco trouxe e traz ainda hoje uma anomalia de que o
que é diferente não pode fazer parte. E há os que tentam consertar o erro através
do erro. Macacos e bananas. De volta ao erro, mais uma vez.
O que torna cada vez mais difícil
por em prática o que o antigo pajé ensina: Ser um humano que é e não um humano que só faz.
Humano índio, negro, branco e
marrom. Todos têm a alma da mesma cor.
Anauê!